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domingo, 31 de março de 2013

Eugénio de Andrade


Somos folhas breves onde dormem
aves de sombra e solidão.
Somos só folhas e o seu rumor.
Inseguros, incapazes de ser flor,
até a brisa nos perturba e faz tremer.
Por isso a cada gesto que fazemos
cada ave se transforma noutro ser.
 

 

Vislumbro uma primavera de outros tempos,
um passado de harmonia, de saudade...
Imagens de outras vidas de outras estações,
feixes de luz, de eternidade.

Olho pra trás e já não consigo sentir essa luz,
o brilho esmoreceu, apagou-se.
Alma saudosista esta que me conduz,
como um barco à deriva...

Navego sem rumo, sem destino,
neste oceano chamado vida.(VM)


sexta-feira, 29 de março de 2013

clarice lispector / já escondi um amor com medo de perdê-lo

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.

Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.

Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!

quinta-feira, 28 de março de 2013

Sensações, sentidos, sentimentos,
sentir, sentir, sentir.
Explosão de momentos
viajar sem partir.

Gesto, carinho, demonstração,
querer, querer, querer.
Nada escapa ao coração,
mostra, dá a entender.

Não existe fruto sem flor,
não existe lua sem escuridão.
Não existe vida sem amor.(VM)




Cecília Meireles | Lua Adversa

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha


Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.


E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...


 
 
 
 


quarta-feira, 27 de março de 2013

O que é a felicidade?
Nuvem branca que flutua no ar,
borboleta que poisa numa linda flor,
brisa que nos toca a pele,
sorriso sincero de uma criança que nos faz vibrar.

Ser feliz é apenas ser sem mais nada.
Inspirar o perfume dos dias e das noites,
sentir o frio e o calor,
saborear o doce e o amargo.
Contar a nossa história com as palavras de todas as pessoas que amamos.
Páginas e páginas que serão no final o livro da nossa vida (feliz).(VM)


Biblioteca de Stuttgart na Alemanha

Em 1999, o escritorio de arquitetura do Coreano Eun Young Yi foi o escolhido dentre 235 projetos para construir a nova Biblioteca de Stuttgart na Alemanha.
A cons...truçao da nova Biblioteca custou 80 milhões de Euros. Ela começou em 2008 e foi inaugurada em outubro de 2011.

A palavra Biblioteca se encontra em quatro linguas nas paredes externas:
-Na parede Norte em alemão (lingua local)
-Na parede Oeste em Inglês (lingua franca)
-Na parede Sul em Árabe (lingua dos antigos conhecimentos)
-Na parede Leste em Coreano (idioma nativo do Eun Young Yi que projetou o prédio)

O Prédio é totalmente branco, tem formato de cubo, possui 11 andares, dois deles subterrâneos, todos intercalados pelas escadarias e teto de vidro.


 

 

Florbela Espanca (1894-1930)

FANATISMO

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

«Tudo no mundo é frágil, tudo passa...»
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
«Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!...»

segunda-feira, 25 de março de 2013

Maior Biblioteca do Mundo

Biblioteca do Congresso, localizada em três edifícios na capital dos Estados Unidos, Washington D.C., possui mais de 144 milhões de livros em 470 idiomas.

Todos temos a nossa janela virada para a vida,
é através dessa janela que sonhamos,
é através desse pequeno quadrado que vemos o mundo
viajamos por aquilo que somos e ansiamos por aquilo que gostaríamos de ser.

Durante a noite é essa janela que deixa entrar a luz da lua,
Durante o dia é essa mesma janela encantada que me deixa ver a luz do sol.

A vista da minha janela é a minha visão do meu mundo,
onde sou espectadora da realidade sem participar nela...(VM)


domingo, 24 de março de 2013

EU

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...
...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!


FLORBELA ESPANCA, SONETOS (Ediclube, 1995)
 
 
O vento ecoa lá fora nesta noite sombria,
os ponteiros do relógio não param,
segundos, minutos, horas...

Eu não vivo na solidão, é a solidão que vive em mim.

Nem tudo é branco ou preto,
nem tudo é céu ou inferno,
nem tudo é luz ou escuridão.

Eu não vivo na tristeza, é a tristeza que vive em mim.

O vento não passa agora de uma leve brisa,
os ponteiros do relógio não param,
dias, semanas, meses...(VM)

quinta-feira, 21 de março de 2013

Do Fundo do Coração

Nora Roberts - www.wook.pt
Chama que brilha no horizonte,
Canção que toca na rádio,
Criança que chora,
Andorinha que voa...

O mundo gira, o sol nasce,
Coração que bate dia após dia, noite após noite.
Sinto hoje o que amanhã já não sentirei,
sentirei amanhã o que ontem nunca senti.

Chama que se apaga,
Canção que pára de tocar,
Criança que ri,
Andorinha que poisa no seu ninho.(VM)

quarta-feira, 20 de março de 2013

Será que existe um tempo certo para sermos felizes?!
Porque será que a felicidade mora aqui, mas na porta ao lado já não se lhe encontra o rasto?!
Teremos todos direito a este estado de espírito de forma igual,
Será que o que me está destinado é seguir um destino já traçado?? (VM)


Tokyo's Tokyo - Tóquio


quinta-feira, 14 de março de 2013

É o sol a luz que me ilumina o ser,
é o seu calor que me conforta o espírito.
A beleza maior vem do sentimento que nos desperta,
aquele arrepio que se sente sem se ver...
 
O que seria de nós sem aquelas emoções espontâneas,
sentimentos sem controlo,
lágrima que cai livre sem pudor,
lábios que se curvam num sorriso que não se contém...(VM)
 
 

Cook&Book - Bruxelas - Bélgica



sexta-feira, 8 de março de 2013

A Pousada no Fim do Mundo - Nora Roberts

A Pousada no Fim do Rio - www.wook.pt
Olho o horizonte ali tão perto,
estico o braço e tento alcançar aquela luz.
Aquela magia que me envolve e me acalma,
beleza rara que me seduz...
 
Mas aquele horizonte está a mudar,
a luz escapa-nos a cada tique taque do relógio.
Como areia que nos escorre pelos dedos,
segundo após segundo sem parar...(VM)

terça-feira, 5 de março de 2013

Um Amor Inesperado

Um Amor Inesperado - www.wook.pt

A delicadeza - Romance

A Delicadeza - www.wook.pt

Brasil

Livraria da Vila - São Paulo
 
 
 
 
 
Livraria Saraiva - São Paulo
 
 
 

Origem do Livro

 Há evidências de que no terceiro milênio a.C. os egípcios submetiam o caule de uma planta chamada papiro a um processo de corte, secagem, junção de camadas e umedecimento do qual resultava uma substância compacta. Depois de seca e polida, esta substância formava um conjunto de folhas, coladas em faixas largas, com altura máxima de trinta e sete centímetros, onde se podia escrever e desenhar. Para registrar a linguagem no papiro, os egípcios usavam uma espécie de junco cortado obliquamente e impregnado de uma tinta escura, feita à base de carvão vegetal e cola.

Uma viagem por África
 
 

sábado, 2 de março de 2013

Esperar...

Eu já não espero o que esperei um dia,
Eu já não espero ter o que gostaria...
Eu já só espero o dia de amanhã.

Sem esperar espero aquilo que nunca esperei...
Sem esperar espero aquilo que nunca sonhei...

O que seria da espera sem acreditar,
O que seria da espera sem ansiar,
O que seria da espera sem a esperança de conquistar...(VM)