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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Eugénio de Andrade

Quando se esgotam as linhas das mãos
 
Quando se esgotam as linhas das mãos que apertam as nossas, fazemos das estrelas o papel dos nossos sonhos e tomamos para nós a amargura dos lábios que se apertam por falta de beijos;

nascem flores que nos cansam os olhos com a vida que insistem em trazer;
 
cantam pássaros que já não incendeiam mais que as cinzas dos cigarros que já fumámos
 
 as árvores só cheiram às madrugadas de insónia
 
até os rios se esquecem do lugar da foz
 
estamos e não somos
 
 

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